A (Re)construção de Barcelona
Passeios da Praça da Espanha e Museu de Arte da Catalunha, legado da Exposição de 1929. |
A premissa da renovação de Barcelona é que a cidade deveria ser tratada democraticamente quanto à qualidade do espaço urbano e à ofertas de serviços a todos os moradores da metrópole que se consolidava. E assim foi em muitas áreas, pois todos os bairros e distritos da região metropolitana tem hoje a mesma (ou muito próxima) qualidade de calçadas, equipamentos públicos (escolas e hospitais), acesso a metrô e outras regalias para a prática do bem estar. Neste sentido, Oriol afirma que "a recuperação de Barcelona tem demonstrado a enorme força da sua estrutura urbana existente e de seus organismos sociais e cívicos operando no sistema metropolitano".
No entanto, essa característica de "renovação" inerente ao dia a dia da cidade, que a deixa sempre com cara de nova, recebe algumas críticas fundamentadas na fabricação de um espaço "sem identidade", na xenofobia e no desrespeito ao casco antigo da cidade. Assim, esse aspecto jovem do espaço público é visto, muitas vezes, como o reflexo de um "botox" urbano, criando uma cidade que não tem a cara de suas raízes, onde a pobreza ficam escondida pelas ruas do Raval, ou, se escapam nas Ramblas, são enviados para os novos distritos da periferia.
A conclusão é que, entre erros e acertos, o "modelo Barcelona" tem um êxito muito claro, o que para mim reflete uma característica excelente da cidade, que é ter um plano urbano flexível, susceptível às mudanças, uma vez que reconstruir uma cidade democraticamente qualificada é uma tarefa diária e de cada dia. Infelizmente, a realidade nos mostra que, quando sobra qualidade para uns, para outros essa qualidade pode falhar, o que é impossível de solucionar, até porque somos cidadãos e vítimas da subjetividade.
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