Cidade: a força de romper barreiras



Vista a partir do Museu Nacional de Arte da Catalunha.
No final da perspectiva está a Praça da Espanha.

Anteontem li um livro sobre as transformações urbanísticas de Barcelona. Nele, achei um belo texto sobre a força que as cidades têm de ser o meio de todos e de todas, esse "meio de vida" como já dizia Milton Santos onde os diferentes se encontram, compartilham e trocam. Assim, como esse tema me interessa, não pude deixar de registrar aqui e postar um trecho que diz muito sobre todas as "barcelonas" que existem por ai.








Há uma centena de cidades no mundo que poderiam se chamar Barcelona. Há uma cadeira, projetada por Mies Van Der Rohe, que se chama Barcelona. Há um modelo de estação de metrô que se chama Barcelona. Le Corbusier desenhou e pintou Barcelona. George Orwell vestiu-se de miliciano em Barcelona e deixou escrito sua “Homenage to Catalonia”. Karl Marx narrou a militância do povo catalão e o seu caráter industrial. O francês Pieyre de Mandiargues retratou como ninguém o bairro chinês em “La marge”. Há alguns anos, García Márquez y Vargas Llosa caminharam juntos – muito amigos – pelo "Passeio de Gràcia" (…)

Vários olhares tentam descobrir esta cidade povoada de barceloneses – cidadãos militantes, que são, de qualquer forma, uma espécie muito particular. Não precisa mais que pegar o metrô e dar uma espiada para que se perceba o quanto é difícil definir esta espécie. É que os usuários da linha 1(tradicional) são diferentes dos que viajam na linha 3 (turística), estes por sua vez já são diferentes dos da linha 4 (praiana), que não são exatamente iguais aos que usam a linha 5 (mais campesina), que, do seu modo, têm pouca afinidade com os usuários da linha Sarrià (povoado tradicional) e Tibidabo (Montanha). Todos eles constituem as múltiplas Barcelonas que conformam esta cidade, com trinta e tantos bairros, e também trinta e tantas formas particulares de ver e entender a cidade (…)


Texto original de Juan J. Caballero Gil (crítico sobre as transformações urbanísticas de Barcelona).
Reportagem publicada na Coleção "Barcelona, una ciudad de vanguardia" Número: La Nueva Barcelona.

Comentários

  1. Pra entender as transformações da cidade, nada como antes compreender sua morfologia. Já q vc está por aí, porque não se aproximar das idéias e até do Prof. José Luís Oyón? Comece com "La quiebra de la ciudad popular"... beijão,

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  2. Finalmente um lugar que conheço.Depois de ler teu blog estou chegando à conclusão de que preciso ir a Barcelona outras vezes. hahahaha.

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